Danças Africanas - Cabo Verde - Coladera


Cabo Verde, oficialmente República de Cabo Verde, é um país insular africano, arquipélago de origem vulcânica, constituído por dez ilhas. Está localizado no Oceano Atlântico, a 640 km a oeste de Dacar, Senegal. Outros vizinhos são a Mauritânia, a Gâmbia e a Guiné-Bissau, ou seja, todos na faixa costeira ocidental da África que vai do Cabo Branco às ilhas Bijagós. Curiosamente, o Cabo Verde que dá nome ao país não se situa nele, mas a centenas de quilômetros a leste, perto de Dacar, no Senegal.
Foi descoberto em 1460 por Diogo Gomes ao serviço da coroa portuguesa, que encontrou as ilhas desabitadas e aparentemente sem indícios de anterior presença humana. Foi colônia de Portugal desde o século XV até à sua independência em 1975.

Cultura

Em todos os seus aspectos, a cultura de Cabo Verde caracteriza-se por uma miscigenação de elementos europeus e africanos. Não se trata de um somatório de duas culturas, convivendo lado a lado, mas sim, um terceiro produto, totalmente novo, resultante de um intercâmbio que começou há quinhentos anos.
O caso cabo-verdiano pode ser situado no contexto comum das nações africanas, no qual as elites, que questionaram a superioridade racial e cultural europeia e que, em alguns casos, empreenderam uma longa luta armada contra o imperialismo europeu e pela libertação nacional, utilizam hoje o domínio dos códigos ocidentais como principal instrumento de dominação interna.

Coladera

Fonte: Cabo Verde Digital
"Tão vivo e excitante o seu ritmo que a nossa participação é toda física" - Manuel Ferreira, escritor português, em "Aventura Crioula"
Não se sabe ao certo a partir de que momento, entre as décadas de 20 e 50 do século XX, a coladeira começa a existir.
Não se sabe ao certo a partir de que momento, entre as décadas de 20 e 50 do século XX, a coladeira começa a existir. Contudo, há consenso entre músicos e investigadores quanto à maneira como ela surge: nos antigos bailes ao som de grupos de «pau e corda» (guitarras, cavaquinho, violino), a dado momento da noite a sonoridade melancólica da morna acaba por parecer monótona.
É então que alguém pede aos músicos que toquem no «contratempo».E logo a mudança de compasso, do quaternário para o binário, leva os pares a dançar com mais rapidez e vivacidade, reavivando a chama da festa e envolvendo a sala numa onda de animação pela noite fora. Por volta dos anos 40, usava-se a designação «morna-coladeira».


É a partir dos anos 50 que este novo gênero musical irá firmar-se, inicialmente na ilha de São Vicente, onde surgiram os seus principais compositores. Logo expande-se para todo o arquipélago e, na década de 60, assiste-se a um «verdadeiro surto» de coladeira.

Vibrante e sacudida, a coladeira terá não só no ritmo mas também nas letras características opostas às da morna, deixando de lado o romantismo e a melancolia para fixar-se na sátira social, com um certo atrevimento que muitas vezes chega ao «escárnio» característica presente, aliás, em outras formas musicais cabo-verdianas, como o finaçon (na ilha de Santiago) e o curcutiçã (ilha do Fogo).

Os ritmos latino-americanos em voga nos anos 50 e 60, como a cumbia e o merengue, terão influenciado a coladeira, assim como o samba já que a música brasileira, nas suas diferentes modalidades, foi sempre uma presença constante em Cabo Verde.

Série: Danças Africanas dos países que falam a língua portuguesa
Tecnologia do Blogger.