A Dança e as Guerras - Dança Moderna

A dança sempre foi uma atividade que traz divertimento não só para quem esta praticando, mais também para quem esta assistindo o espetáculo. Durante as duas grandes Guerras por qual passou nossa humanidade, os comandos de guerra utilizavam alguns espetáculos para entretenimento das tropas. Essa era uma maneira de alegrar os combatente que estavam no front e com isso elevar o moral da tropa.

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Esses espetáculos tinham uma grande importância na questão psicológica, por trazerem algum conforto durante aquele tempo de batalhas sem fim, que trouxe muita dor para todos, e que através da dança buscavam um pouco de conforto para os soldados.

Primeira Guerra Mundial

A Primeira Guerra Mundial (também conhecida como Grande Guerra ou Guerra das Guerras) foi um conflito bélico mundial ocorrido entre 28 de Julho de 1914 e 11 de Novembro de 1918.
A guerra ocorreu entre a Tríplice Entente (liderada pelo Império Britânico, França, Império Russo (até 1917) e Estados Unidos (a partir de 1917) que derrotou a coligação formada pelas Potências Centrais (liderada pelo Império Alemão, Império Austro-Húngaro e Império Turco-Otomano)[1], e causou o colapso de quatro impérios e mudou de forma radical o mapa geo-político da Europa e do Médio Oriente.



Segunda Guerra Mundial

A Segunda Guerra Mundial ou II Guerra Mundial foi um conflito militar global que durou de 1939 a 1945, envolvendo a maioria das nações do mundo – incluindo todas as grandes potências – organizadas em duas alianças militares opostas: os Aliados e o Eixo. Foi a guerra mais abrangente da história, com mais de 100 milhões de militares mobilizados. Em estado de "guerra total", os principais envolvidos dedicaram toda sua capacidade econômica, industrial e científica a serviço dos esforços de guerra, deixando de lado a distinção entre recursos civis e militares. Marcado por um número significante de ataques contra civis, incluindo o Holocausto e a única vez em que armas nucleares foram utilizadas em combate, foi o conflito mais letal da história da humanidade, com mais de setenta milhões de mortos.

Dança moderna

A expressão dança moderna se refere às escolas e movimentos da história da dança referentes ao período da modernidade.
A dança moderna surgiu no início do século XX e seus pioneiros procuravam maneiras modernas e pessoais de expressar como se sentiam através da dança.
Entre os que começaram este movimento estão as americanas: Isadora Duncan, Loie Fuller e Ruth St Dennis; o suíço Emile Jacque Dalcroze e o húngaro Rudolf von Laban.

A Dança Moderna apareceu com o intuito de rejeitar a Dança Acadêmica ou Clássica.
Dança Moderna começou na América no início do século 20, quando os antecessores dos artistas que hoje conhecemos, começaram sua própria rebelião contra a formalidade do balé e a previsibilidade das populares mostras de dança do período. As suas técnicas e estilos eram muito diferentes, o que eles tinham em comum era a insatisfação com as opções disponíveis para bailarinos e seu objetivo último era transmitir ao seu público um senso de realidade interior e exterior - um objetivo que ainda inspira bailarinos modernos hoje.
Na América do Norte, a dança moderna recebeu grande influência dos estudos do ator e pesquisador francês François Delsarte ( 1811-1871). Suas investigações podem ser condensadas em seus dois grandes princípios: A Lei da Correspondência e a Lei da Trindade. Uma aluna de Delsarte ( Mme. Harvey) levou os ensinamentos do mestre até a Denishawn School, escola de dança fundada por Ruth Saint Dennis e Ted Shawn. Esse último iniciou sua carreira com o estudo do Delsartismo. A grande iniciadora da dança moderna americana foi Isadora Duncan, mas a primeira técnica estruturada foi a de Martha Graham, criada nos anos 20 e 30 do século XX. Este estilo procura dar mais ênfase aos sentimentos, aos sonhos, tentando teatralizá-los ao máximo através de movimentos corporais.
A Dança Moderna , emergida dos últimos anos do século XIX e afirmada nos primeiros do século XX, teve raízes e intenções bem distintas. Os bailarinos dançam descalços, trabalham contrações, torções, desencaixe etc, e seus movimentos são mais livres, embora ainda respeitem uma técnica fechada.
Depois de Martha Graham, vieram outros nomes que enriqueceram ainda mais o cenário da época: Doris Humphrey, Lester Horton, José Limon entre outros. Suas técnicas encontram-se em alguns pontos, mas divergem muito. E suas escolas continuam a existir muito fortemente nos Estados Unidos, um dos berços da Dança Moderna. Esta foi muito afastada pela Dança Contemporânea, mas voltou ao seu lugar depois de 3 anos.
Principais nomes da Dança Moderna nos EUA: Isadora Duncan, Martha Graham, Ruth Saint-Dennis, Ted Shawn, Charles Weidman, Doris Humphrey, Loïe Fuller.

A Escola Germânica

Na Alemanha, o grande influenciador da dança moderna foi o músico e pedagogo suiço Émile Jacques-Dalcroze ( 1865-1950). Seu método, conhecido como A Ritmica, fez grande sucesso na Europa, especialmente na Alemanha, através de Mary Wigman ( 1886-1973), que é considerada a fundadora da Escola Germânica.
Mary Wigman foi aluna de Dalcroze, recebeu influência do sexo na pintura de Emil Nolde, pintor expressionista alemão, o que a levou a introduzir máscaras nas suas danças. Essa inserção tinha o intuito de conferir ao bailarino uma impessoalidade. Sua outra importante influência veio dos princípios básicos de Rudolf Laban, outro expoente da dança alemã, de quem foi aluna de 1913 a 1919.
A dança de Wigman espelha o destino trágico do ser humano, da humanidade em geral (ressalte-se que a vida de Wigman foi marcada pelas duas grandes guerras). Ela busca um sentido divinatório. Mas não há leveza nem brilho, mas sim concentração e poder de expressão e todos os movimentos têm como ponto de partida o tronco. Ela considerava a música um meio indispensável entre ritmo corporal e mental, contudo acreditava que o ritmo sonoro não deve comandar o ritmo mental. Chegou mesmo a coreografar sem música, em sua primeira grande coreografia - Hexentanz ( a dança das feiticeiras) -usando apenas o som das batidas dos pés no chão. Também introduziu elementos de percussão.
Principais nomes da Escola Germânica: Mary Wigman, Rudolf Von Laban, Kurt Jooss e sua importante coreografia A Mesa Verde, Alwin Nikolais, Susan Buirge e Carolyn Carlson.

A Geração Moderna

As convulsões sociais e artísticas do final dos anos 1960 e 1970 sinalizaram ainda mais radicais da dança moderna. Dança moderna é hoje muito mais sofisticada, tanto em técnica como em tecnologia, a tal ponto que começou a ser dançada pelos bailarinos clássicos. Os bailarinos nessas danças são inteiramente compostos de espírito, alma, coração e mente. A preocupação com os problemas sociais e da condição do espírito humano ainda está lá, mas questões são apresentadas com uma teatralidade que teria chocado muitos dos primeiros bailarinos modernos, tão preocupados em se estabelecerem como sérios artistas. A essência da dança moderna é a de olhar para a frente, não para trás. O conflito entre balé e dança moderna contempla como se vai continuar a enriquecer ambas as formas, sem que se percam suas identidades no processo. É impossível prever o que a Dança Moderna irá tonar-se no futuro, mas, se as modificações ocorridas durante os próximos 50 anos são tão radicais como as que ocorreram durante os últimos 50, a Dança Moderna poderá encarar momentos surpreendentes.

Leitura Compementar: Considerações sobre o ensino do Ballet.


Dança Moderna no Brasil

Com a Segunda Guerra Mundial chegaram ao Brasil diversos artistas renomados que procuraram escapar deste conflito, trazendo consigo novas idéias no campo estético que contribuíram para a divulgação das propostas modernas de dança no país. Luiz Arrieta, Maria Duschenes, Marika Gidali, Maryla Gremo, Nina Verchinina, Oscar Araiz, Renée Gumiel e Ruth Rachou.
A maioria se instalou no eixo Rio - São Paulo, colaborando através de seus ensinamentos para a formação de uma nova geração de dançarinos conectados às propostas da dança moderna.

Bibliografia

ASLAM, Odete. O Ator no Século XX: evolução da técnica problema da ética.São Paulo: Perspectiva, 2005.
BOURCIER, Paul. História da Dança no Ocidente. São Paulo: Martins Fontes, 1987
FARO, Antônio José. A dança no Brasil e seus construtores. Rio de Janeiro: FUNDACEN, 1988.
NAVAS, Cássia; DIAS, Lineu. Dança Moderna. São Paulo: Secretaria Municipal de Cultura, 1992.
Reis, Daniela. "Ballet Stagium e o debate sobre a dança moderna brasileira no contexto sócio-político da década de 1970." Fênix: Revista de História e Estudos Culturais, Uberlândia, MG, v. 2, n. 1, p. 1-14, jan./mar. 2005.

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