Composição Coreográfica - Parte 2


Dando continuidade aos nossos estudos sobre Composição Coreográfica hoje vamos tratar do segundo elemento que constitui este trabalho, a expressividade.

Gostaria de sitar aqui a importância da pesquisa. Para elaboração desta série de postagens usei um material de pesquisa onde algumas partes foram tiradas de um trabalho acadêmico, cujo os autores são: Marlini D. Lima (Mestre- Unochapecó) e Elenor Kunz (Doutor- UFSC).

Com a complementação de outras partes por mim mesmo o autor deste blog.

Sugiro que busquem pesquisar mais a fundo esse tema. Complemente sua leitura com:


Esta postagem tem o intuito de causar um movimento em prol de melhorar nossa visão no aspecto coreográfico. Boa leitura e não deixem de participar com seus comentários para o enriquecimento do artigo aqui tratado.

O elemento: Expressividade

"A expressividade dos gestos representa a possibilidade discursiva do contato imediato com o mundo da percepção(...)"
Merleau-Ponty, 1999

Ao utilizar o termo vivenciar a dança, estamos evidenciando outra questão importante neste estudo, quer dizer, para que um sujeito se expresse e mergulhe nessa aventura que é a arte da dança, não basta estar reproduzindo movimentos adequadamente, pois há a necessidade de outras percepções e sentidos, a fim de ultrapassar um simples conjunto de movimentos já estruturados, cuja criação não é singular.

Conseqüentemente o sujeito não se entrega à aventura de interpretar e expressar-se artisticamente. A expressividade faz-se presente no comportamento humano, na vida humana, entretanto, é preciso focalizar para esse fenômeno no contexto artístico, mais especificamente na composição coreográfica, questionando a respeito da essência da expressividade no ato de coreografar.

Como se relaciona o fenômeno da expressividade na coreografia em relação à supremacia do domínio técnico?

Como ampliar a visão reducionista do conceito de expressão e técnica? Ou seja, como chegar a essência da expressão nos movimentos que constituem uma coreografia?

Conforme Müller (2001) Merleau-Ponty tendo como intuito o ataque à diplopia cartesiana propõe o conceito de expressividade da experiência, entendendo esta como a maneira espontânea cujo contato institui significação ou fenômenos (p.15).

Desta forma, este autor concebe expressão como a operação primordial na forma da qual nossas experiências gestuais induzem fenômenos ou significações simbólicas.

Lembrando que estas eram destituídas de valor cognitivo por Descartes, passaram assim a fazer parte das reflexões filosóficas a cerca dos fenômenos, considerando estas indissociáveis da nossa existência, reconsiderando o contato primordial do corpo próprio com as coisas mundanas e com o outro (MÜLLER, 2001 p.26).

Aqui o autor da pesquisa quer dizer que temos que colocar expressividade nos movimentos, e que para isso usaremos a carga de experiências vividas na vida cotidiana do indivíduo, usando o expontâneo e o primordial.

O movimento ganha vida através da expressão e não só se repete como uma série mecânica do corpo. Mas tendo que passar uma mensagem, sinergia. Para atingir seu objetivo que é o de expressar  uma emoção através da composição coreográfica.

A conclusão disto é que temos um casamento perfeito entre o primeiro elemento: O movimento e o segundo elemento: A expressividade. Não podendo deixar de fora e terceiro elemento: A técnica.



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