Dança Folclórica Gaúcha - 4ª Parte


Tatu

Fonte: CTG Vinte de Setembro
O "Tatu" era uma das cantigas do fandango gaúcho (entremeadas de sapateado). O tatu é o mais longo e o mais importante de nossos cantos populares. Mesmo após o desaparecimento das danças sapateadas, o Tatu continuou a existir, sob a forma de uma décima (história contada em versos) popular em todo o Rio Grande do Sul. Entre os campeiros do Rio Grande do Sul se conhece 109 quadrinhas, que cantam a vida do Tatu (personagem meio gente, meio bicho, símbolo do pobre diabo sempre atraiçoado pela sorte).

No início, o Tatu, como legítima dança de fandango, consistia em um sapateado de pares soltos. Depois, o Tatu sofreu a intromissão, em sua coreografia, da "Volta-no-Meio" - dessa fusão nasceu um novo Tatu, que se subdivide em duas partes: na primeira, os pares estão soltos, as mulheres sarandeiam em volta do homem, e estes sapateiam acompanhando a sarandeio da mulher. Na segunda parte (à volta no meio), a mulher tomada pela mão do seu companheiro, gira como se fossem realizar várias voltas, mas interrompe a volta no meio do verso, passando a girar no sentido contrário.Enquanto isso, o homem sapateia no lugar segurando a mão de sua companheira. No que diz respeito à parte sapateada, o Tatu é a dança gaúcha que oferece maior liberdade aos dançarinos. Então eles podem abrilhantar os passos com os mais diversos "floreios” de acordo com a habilidade de cada um.

Rilo

Fonte : CTG Vinte de Setembro

Juntamente com as country dance (contradança), Paris importou da Escócia um reel em formação de roda, utilizando a figura do 8. Nos salões brasileiros, em torno de 1850, era muito dançado, passando depois para a zona rural com o nome aportuguesado para "rilo".

Rancheira de Carreirinha

Fonte: Página do Gaúcho

A rancheira é uma versão da mazurca argentina e uruguaia. No Brasil, sua difusão se dá após o aparecimento do rádio. É importante notar que a rancheira é uma "valsa abagualada", com ritmo mais animado e dançante que a própria valsa. A primeira rancheira de sucesso no Rio Grande foi a argentina Mate Amargo. É interessante notar que poucos conjunto musicais têm em seu repertório rancheiras. O ritmo musical é mais difundido nas regiões missioneiras do que no lado centro-sul do Estado.

Queromana

Fonte: Terras do sul - Danças e Influências

A Queromana é também batida e valsada. Tem o passo do arco, que já foi descrito no Xará-Grande, e que está mais uma vez indicado no Quadro C. Logo em seguida ao arco, estando a mulher de frente para o homem, dão-se as mãos (esquerda do homem e direita da mulher), e os dois braços unidos balançam para um e outro lado, enquanto a roda vai caminhando. O desenho do Quadrado C esclarece os movimentos. Os batidos na Queromana são diferentes das outras marcas e mais difíceis. Segue-se uma seqüência de oitos igual à que vai descrita na Tonta (ver o Quadro desta dança), quando os oitos são feitos simultaneamente pelos três homens da roda e não por um de cada vez. A única diferença nesse passo, entre a Queromana e a Tonta, é que na Queromana as rodas não param enquanto vai sendo feito o oito, enquanto que na Tonta esse passo é feito com a roda parada e os dançarinos virados para o centro. A Queromana e a Tonta são as duas marcas mais difíceis do Fandango e são poucos os que sabem dançá-las.


Os versos que colhemos são:

        Minha cabeça me dói,
        Meu corpo doença tem.
        Sarando minha cabeça,
        Meu corpo sara também.

        Quero dá outra despedida,
        Atrás desta mais argum.
        Quem tem um amor tem dois,
        Quem tem um, não tem nenhum.

        Lairilailai, queromana,
        Eu vou andando.
        O cavalo que eu vim nele
        Está no campo me esperando.

        Lairilailai, queromana,
        Queromana, estou querendo.
        De saudade ninguém morre,
        Triste de mim, vou morrendo.

        Lairilailai, queromana,
        Queromana, eu vou e vorto.
        Trato bem do que é meu,
        Que eu dos outro não me importo.

        Queromana, eu vi ovi (vi e ouvi)
        Meu amor no braço doutro;
        De paixão quase morri.



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